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Coach não é profissão

Por Margarete De Boni e Renato Morandi


Lamentamos profundamente as recentes sátiras envolvendo o Coaching. A evidente falta de clareza sobre a abordagem de Coaching (processo) e o papel do Coach gerou a infeliz comparação com atividades ilegais e ilícitas. Atuamos com desenvolvimento humano e acreditamos que a clareza, baseada em dados e fatos, proporciona reflexão e desenvolvimento. Como em todas as áreas de atuação, sabemos que existem bons e maus praticantes (que algumas vezes também são motivo de piadas).


Entendemos os processos de Desenvolvimento Humano e Organizacional como áreas de especialização, como nichos de mercado. Logo, são ocupações, determinadas por contratações claras e específicas, e não profissões regulamentadas pelo Congresso Nacional. Até pouco tempo, a base do desenvolvimento profissional acontecia a partir da graduação universitária e subsequente desenvolvimento e especialização na área escolhida. Atualmente, dispomos de diferentes especializações com base em experiências distintas, que desenvolvem diferentes habilidades – muitas vezes, diferentes e complementares à formação originalmente escolhida.


Cabe aqui uma referência especial a respeito da atividade de Psicoterapia, exercida por Psicólogos capacitados nesta especialidade. Estes profissionais trabalham com aspectos profundos da personalidade, nem sempre conscientes para o paciente. Aspectos estes que fazem parte da história de vida do paciente, impactando em crenças, visão de vida, valores, emoções, comportamentos e na forma de relacionar-se. Investigam e buscam trazer consciência para resoluções do passado que influenciam ou definem aspectos da vida presente do paciente. Este processo de Psicoterapia envolve alta especialização do Psicólogo em diferentes linhas de atuação, e é restrito a esta profissão.


Formações ou Processos de Coaching devem oferecer conhecimento suficiente para o profissional Coach perceber a necessidade de seu cliente e encaminhar para outro profissional que possa complementar seu trabalho. O Coach trabalha com conteúdos vinculados à vida presente do Cliente. Pode atuar em suas áreas profissional, privada (família, educação, relações) e organizacional (papeis vividos nas organizações, incluindo empresas familiares). A realidade em que vivemos hoje no trabalho e na sociedade torna imprescindível conhecermos e atuarmos com Inteligência Emocional, auto e heteroconhecimento, gestão de pessoas. Esses conhecimentos dão base e auxiliam o profissional da área, mas não o tornam um “psicólogo” ou habilitam a fazer mais do que é contrato no seu trabalho.


Por isso, Coach, Mentor, Facilitador, Mediador, Educador, Treinador são papeis (ocupações). Uma pessoa com graduação universitária pode buscar se especializar para exercer estes papeis e oferecer serviços de Desenvolvimento Humano e Organizacional, tanto para clientes individuais, quanto para organizações. Flexibilidade e adaptabilidade são duas habilidades muito presentes no cenário atual e no futuro do trabalho. Conhecer, entender e, acima de tudo, respeitar este novo momento é fundamental para criarmos um futuro coerente e consistente. Não defendemos a regulamentação destas ocupações por entendermos que são especializações para pessoas já graduadas e que estão sujeitas a códigos de ética e conduta profissional. Existe uma regulamentação base que pode não estar sendo observada no processo seletivo de especializações de Coaching, Mentoring, Facilitação, Consultoria. Defendemos que o profissional graduado que decida trabalhar com desenvolvimento humano e organizacional busque especializar-se nesta área e manter um aperfeiçoamento continuado. A exemplo de um médico que em um momento de sua carreira se especializa em Administração Hospitalar para ocupar o papel organizacional de CEO de um hospital. Esta é uma das maneiras de buscar atualização e acompanhar as mudanças no mercado de trabalho, que acontecem cada vez mais rápido. Quem não buscar desenvolvimento, ficará obsoleto, independentemente da profissão, nicho, papel ou atividade que escolha exercer!

Acreditamos que falar de Coach profissional – assim como Consultor profissional – possa gerar dúvidas nos clientes, justamente por não serem profissões e nem passíveis de regulamentação. Graduações e cursos de especialização sérios dentro e fora do meio acadêmico fornecem referencial teórico e prático para o exercício profissional ético, além de boas práticas em qualquer ocupação/papel exercido. Caberá ao mercado gradualmente separar joio do trigo, com a participação educadora, ética e responsável de pessoas que buscam especializar-se para exercer este papel.

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